IPTV Ilegal: O Custo da TV ‘Grátis’ em Portugal

Já imaginou ter acesso a todos os canais de televisão, filmes e séries, sem ter de pagar mais do que uns míseros euros por mês? Parece bom demais para ser verdade, não é? Pois bem, é porque realmente é! Hoje, mergulhar num assunto que está a fazer muito fumo em Portugal, a IPTV ilegal. Imagina aquele “amigo” que diz que tem um primo que trabalha numa loja de eletrónica e pode arranjar um telemóvel novo por metade do preço. Soa bem, mas no fundo, todos sabemos que há qualquer coisa de muito errado nesta situação.

Então, o que é isso de de IPTV? IPTV significa “Internet Protocol Television”, ou seja, é uma forma de transmitir conteúdos audiovisuais através da internet. Podem ler mais sobre IPTV nos seguintes artigos publicados anteriormente:

O que é o IPTV?
Que aplicações pode usar para visualizar conteúdo IPTV?
Os perigos de usar IPTV!
As vantagens de usar IPTV?
O que são listas de IPTV?
IPTV Portugal: Televisão à Distância de um Clique

Até aqui, tudo bem. O problema surge quando estas plataformas oferecem conteúdos sem autorização dos detentores dos direitos de autor. É como se alguém entrasse no seu quintal, apanhasse as suas laranjas e as vendesse na rua. Não é nada fixe, pois não?

Segundo dados recentes, cerca de 287 mil lares em Portugal estão a utilizar estes serviços ilegais. Imagina isto só, é como se toda a população de uma cidade como tamanho da cidade do Porto estivesse a ver televisão “à borla”! E não estamos a falar apenas de uns canais aqui e ali. Estas plataformas oferecem “praticamente” todos os canais disponíveis no mercado (por vezes, oferecem muito mais conteúdos) , muitas vezes a preços que são uma autêntica pechincha comparados com os serviços legais.

Mas espere, há mais! Estas plataformas ilegais não estão a brincar aos negócios. Estão a faturar ilegalmente mais de 215 mil milhões de euros por ano (estes valores são referentes ao mercado global de pirataria online, incluindo IPTV, streaming ilegal, e outras formas de violação de direitos de autor.). É um valor astronómico! Para ter uma ideia, isto é quase o dobro do PIB de Portugal em 2022. É como se tivéssemos um país inteiro a funcionar na sombra, sem pagar impostos nem contribuir para a economia.

E quem é que sai prejudicado? Bom, em primeiro lugar, as empresas de telecomunicações. Estas empresas investem milhões em infraestruturas, compram direitos de transmissão e pagam impostos.

Depois, temos os criadores de conteúdos. Realizadores, actores, produtores, todos aqueles que trabalham arduamente para nos trazer entretenimento de qualidade, quando usamos IPTV ilegal, estamos a dizer-lhes: “obrigado, mas o vosso trabalho não vale nada”.

E não nos esqueçamos dos impostos. O IVA e o IRC que estas plataformas não pagam poderiam ajudar a financiar escolas, hospitais e outras infraestruturas públicas. É como se todos nós estivéssemos a perder, mesmo aqueles que nem sequer usam estes serviços.

Então, o que fazemos com esta informação? Será que vale a pena poupar uns euros por mês se isso significa apoiar um sistema que prejudica a economia, os criadores e, no fundo, todos nós? E se o seu vizinho lhe oferecer um serviço de IPTV “baratinha”, como vai reagir agora que sabe as verdadeiras consequências? No final do dia, temos de nos perguntar: que tipo de sociedade queremos construir? Uma onde o trabalho é valorizado e recompensado justamente, ou uma onde tudo é “grátis” à custa dos outros? A decisão, caro leitor, está nas suas mãos. E na próxima vez que ligar a televisão, talvez pense duas vezes sobre como chegou esse conteúdo até si.

Deixe um comentário

OMEUIP